segunda-feira, 16 de abril de 2012

Jainismo


A palavra "Jainismo" ou "Jinismo" tem sua origem no verbo sânscrito "Jin" que significa "conquistador". O Jainismo, como o conhecemos, surgiu na Índia entre os séculos 7 e 5 a.C., fundado por Mahavira que viveu de 599 a.C. a 527 a.C . Porém, considera-se que o seu sistema de crenças antecede ao Bramanismo. Conta atualmente com cerca de 4 milhões de seguidores, concentrados sobretudo ao norte do país. Contudo, devido aos movimentos migratórios, já existem pequenas comunidades jainistas na América do Norte e na Europa. Apesar do pequeno número de adeptos, o Jainismo é uma das religiões mais importantes na Índia, juntamente com o Hinduísmo e o Budismo.
Os jainistas encontram-se divididos em dois grupos principais: os Digambara "Vestidos de espaço" e os Svetambara ou Shvetambara, "Vestidos de branco" . Cada um destes grupos encontra-se por sua vez dividido em vários subgrupos. A maioria dos jainas pertencem ao grupo Svetambara.
A origem destes dois grupos situa-se no século I d.C ( ou talvez no século III d.C, segundo alguns autores ) e deve-se a disputas em torno dos textos que devem constituir as escrituras do jainismo. Os Svetambara consideram que as suas escrituras estão mais próximas dos ensinamentos originais do Mahavira, enquanto que os Digambara rejeitam uma parte considerável dessas escrituras. Os Digambara consideram igualmente que a renúncia pregada pelo Mahavira implica para os monges a nudez total e que as mulheres devem primeiro renascer como homens para poderem atingir a libertação.
Geográficamente, os Digambara concentram-se no sudoeste da Índia e os Svetambara no noroeste (estados do Gujarate, Rajastão e Madhya Pradesh).
As estátuas dos dois grupos são também diferentes: os Tirthankaras dos Svetambara possuem roupas e uma decoração mais rica, enquanto que as dos Digambara estão nuas; estas diferenças fazem com que um adepto dos Digambara não possa praticar o culto num templo Svetambara.

Mahavira, o fundador do Jainismo, nasceu por volta de 599 a.C. perto de Patna, hoje conhecido como o estado do Bihar. Foi contemporâneo de Siddharta Gautama o Buddha, tendo pregado na mesma região geográfica, muito embora não haja registros de que os dois mestres tenham alguma vez se encontrado. Mahavira pertencia à casta dos guerreiros ( kshatriya ). Foi casado, viveu no luxo até que por volta dos trinta anos tornou-se um mendigo errante. Entregou-se ao ascetismo até obter a iluminação, tendo consagrado os anos finais de sua vida a pregar a sua doutrina. Faleceu por volta de 527 a.C. em Pavapuri, no Bihar, que é desde então um dos principais locais de peregrinação jainista.
Sua visão básica é dualista. A matéria e a mônada vital ou jiva são de natureza distinta, e durante sua vida o ser vivente ( seja humano ou animal ) atinge sua mônada como resultado de suas ações. Para se purificar, esta religião propõe um extremo ascetismo e prega a prática do "Ahimsa" ou a doutrina da não-violência. Os seus adeptos, através de uma série de práticas, procuram combater suas paixões, de modo a alcançar a libertação do mundo.
Os Jainistas consideram que sua religião é eterna, tendo sido a doutrina revelada ao longo de várias eras pelos Tirthankaras, palavra que significa "fazedores de vau", ou seja, alguém que ensinou o caminho.
Os Tirthankaras foram almas nascidas como seres humanos que alcançaram a libertação ( moksha ) do ciclo dos renascimentos através da renúncia e que transmitiram os seus ensinamentos aos homens. Na presente era existiram 24 Tirthankaras. O último desses Tirthankaras foi o Mahavira, que os jainistas não consideram como o fundador do jainismo, mas antes aquele que lhe deu a sua forma actual. O 23º Tirthankara foi Parshva, que os historiadores consideram ter sido provavelmente uma figura histórica que viveu cerca de três séculos antes do Mahavira.
Os jainistas acreditam que Parshva pregou os 4 grandes princípios do jainismo, a saber: não-violência ( Ahimsa ), evitar a mentira, não se apropriar do que não foi dado e não se apegar às posses materiais; o Mahavira teria acrescentado o princípio da castidade.
Os Jainas, como também são chamados, seguem as orientações de um "Jina" ( conquistador ), que é um guia religioso que repudiou os interesses mundanos para alcançar um grau supremo de conhecimento. Os jinas, também são chamados "Tirthankaras", ensinam seus seguidores a liberta-se do ciclo da reencarnação ao atingir as três jóias: Conhecimento Justo, Fé Correta e Boa Conduta, o que implica abandonar a violência, cobiça, artifício, manter-se castos e obedecer a doze votos que podem ser divididos em três classes:

1) ANUVRATAS - São os cinco votos principais: abster-se de atos violentos, não mentir, não roubar, não cobiçar o parceiro de outra pessoa e limitar as possessões pessoais;

2) GUNAVRATAS - São três votos que reforçam os cincos votos principais: restringir as atividades pessoais a uma área concreta ( digvrata ), restringir práticas que proporcionam prazer ( bhogopabhogavrata ), evitar atos que causam sofrimento ( anarthadandavrata );

3) SIKSAVRATAS - São quatro votos de disciplina espiritual: meditar, limitar determinadas atividades a certos momentos, adotar a vida de um monge por um dia, fazer donativos aos monges ou aos pobres.

Além dos doze votos, seguem ainda algumas regras de comportamento, tais como: Não comer durante a noite, não comer carne, não beber vinho e não comer certos vegetais nos quais se acredita que vivam determinados seres.

KARMA
À semelhança do hinduísmo e do budismo, o jainismo partilha da crença no karma, embora de uma forma diferente. O karma no jainismo não é apenas um processo em que determinadas ações produzem reações, mas também uma substância física que se agrega a uma alma. As partículas de karma existem no universo e associam-se a uma alma devido às ações dessa alma (por exemplo, quando uma alma mente, rouba ou mata esta provoca a agregação de karma na sua alma). A quantidade e qualidade destas partículas determinam a existência que a alma terá, a sua felicidade ou infelicidade. Só é possível a uma alma alcançar a libertação quando desta se retirarem todas as partículas de karma. O processo que permite a libertação das partículas de karma de uma alma denomina-se "Nirjara" e inclui práticas como o jejum, o retiro para locais isolados, a mortificação do corpo e a meditação.
Fonte: 
http://www.magiadourada.com.br/jainismo.html



Links recomendados


http://www.magiadourada.com.br/jainismo.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jainismo

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